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Preparação Física no Tênis de Mesa
 
   
 

Acervo Motor e Treinamento Muscular Localizado no auxilio a performance esportiva e combate aos desvios posturais ocasionados pela prática no alto rendimento.

TÊNIS DE MESA

  

Prof Ms Paulo Henrique Canciglieri

Preparador Físico Seleção Brasileira e Projeto Olímpico – Tênis de Mesa

Confederação Brasileira de Tênis de Mesa – CBTM

paulo@cbtm.org.br

 

O Tênis de Mesa é um esporte Olímpico que segundo QUINTANO (1991), se originou na Inglaterra no final do século XIV, possui basicamente duas formas de empunhadura da raquete (clássica e caneta), refletindo assim no estilo as necessidades e posturas dos atletas.

O estilo clássico caracterizado por uma empunhadura que permite golpear a bola com os dois lados da raquete (dorsal e palmar), otimiza maiores possibilidades para o repertório técnico e potencializa o uso do backhand (dorso da mão), facilitando uma maior coordenação dos membros superiores, diminui o deslocamento do centro de gravidade, buscando a conquista do ponto através de “rallys” (disputa), sendo caracterizado normalmente como um atleta generalista.

O estilo caneta utiliza somente um lado da raquete, potencializando o uso do forehand (palma da mão) que exige maior atenção para o trabalho de membros inferiores devido a constantes solicitações de deslocamento lateral e de profundidade, aumentando a necessidade de deslocamento do centro de gravidade com maior freqüência durante o jogo, onde a conquista do ponto ocorra de forma mais rápida, caracterizando-o como um atleta especialista.

A coluna vertebral é o eixo de sustentação da postura do tronco e muitos autores, como WILLNER & JOHNSON (1983), UETAKE & OHTSUKI (1993), LEROUX et al (2000), WOJTYS (2000) e WOOD (2002) têm procurado valorizar as relações e as quantificações das curvaturas lombar e torácica, sejam estas em idades de primeira infância até adulta, relacionadas à atividade física extrema, causadoras das anomalias estruturais no corpo imaturo, como também no corpo atlético, exposto a treinamentos intensivos por anos, aumentando o risco para hipercifose em adolescentes e adultos, com aumento considerável de dores nas costas.

WOOD (2002) relata ainda que, hoje cada vez mais crianças / adolescentes com diagnósticos de deformidade espinhal são participantes de competições atléticas. E afirma que certos jogos esportivos parecem ter uma associação com o aumento da deformidade espinhal, especialmente na população feminina adolescente.

O Tênis de Mesa é caracterizado por exigir de seus atletas uma movimentação corporal intensa (deslocamentos, rotações, flexões, etc), exigindo adaptações de equilíbrio das estruturas corporais devido as constantes alterações do centro de gravidade durante o treinamento ou o jogo, conforme os estudos de MERGNER & ROSEMEIER (1999) que dizem que as mudanças de posturas passivas requerem compensação por uma mudança nas forças motoras que se opõem à gravidade para restaurar um determinado ponto de equilíbrio e qualquer mudança ativa na produção motora requer uma mudança de postura que produz um novo ponto de equilíbrio. A postura enquanto uma posição em que o indivíduo se encontra num dado momento, necessita de um rearranjo dos grupos de estruturas inertes e das estruturas dinâmicas para manter o corpo em uma postura ou na mudança de uma postura para outra (KISNER, 1988).

No caso dos mesatenistas, os atletas estão em uma constante alteração postural durante o treinamento ou jogo, promovendo assim a necessidade de ajustes constantes em suas estruturas corporais sempre na busca de um ponto de equilíbrio adequando para a execução de sua técnica de jogo. No caso da instalação de desequilíbrio em qualquer estrutura corporal, esta poderá produzir uma alteração postural ou mesmo um processo de lesão no atleta.

Avaliações posturais diversas, entre elas a de Fotometria com software Corel Draw 10, realizadas com atletas do Projeto Olímpico, com sede na cidade de Piracicaba, apresentaram significante encurtamento de cadeia posterior, evidenciandos por pés planos, hiperextensão de joelhos, encurtamento de ísquios tibiais e desnível de cintura escapular e pélvica associada a uma escoliose, grande encurtamento de peitoral e rotadores internos do ombro, assim como um maior alongamento de rotadores externos, principalmente no hemicorpo dominante, provavelmente desencadeados pela prática esportiva diária.

Desta forma, há a necessidade de se abordar o desenvolvimento do Tênis de Mesa na infância e pré-adolescência num primeiro momento e de performance atlética em seqüência.

Para este primeiro momento, BOHME (2001), enfatiza o desenvolvimento motor como às mudanças ocorridas no desempenho motor e/ou movimento do indivíduo, em relação ao comportamento motor que ocorrem à interação dos processos de maturação e experiências vivenciadas no seu meio ambiente.

O processo de desenvolvimento motor revela-se primariamente através de mudanças no comportamento do movimento. Somos capazes de perceber diferenças no desenvolvimento do comportamento motor, causados por fatores biológicos e ambientais, através da observação de mudanças no processo (forma) e no produto (performance).

Ainda BOHME, diz que a natureza do desenvolvimento motor está relacionada com processos integrados. É um sistema aberto no qual o processo de desenvolvimento envolve um alto grau de interação do sistema com o ambiente em que vive. O desenvolvimento motor é então produto de uma interação organismo-ambiente e sua regulação são temas para interpretação dos respectivos papéis da hereditariedade e do ambiente.

            Entretanto, o ambiente exerce também a sua influência no desenvolvimento e na performance motora. Essa influência é exercida pela necessidade do indivíduo de se adaptar aos impactos impostos pelo ambiente. Assim, a maturação e a aprendizagem são aspectos básicos para a aquisição de habilidades. A maturação contribui por si mesma mais ou menos automaticamente. O ambiente, através do processo de aprendizagem, pode interferir no nível ou grau de desenvolvimento dessas potencialidades.

            Os limites hipotéticos da aquisição motora são estabelecidos pelos genes, mas é o ambiente que determina a extensão em que as potencialidades serão utilizadas dentro de seus limites.

            Portanto, pode-se alertar que os atletas mesatenistas dessa faixa etária necessitam um aprimoramento em seu desempenho motor em função das características da modalidade, onde as brincadeiras e os treinamentos sejam evidenciados na conquista do acervo motor e não de performance atlética, colaborando para um futuro promissor com mínimo de lesões ou anomalias posturais, decorrentes da prática intensiva do Tênis de Mesa.

            Ao enfatizar a performance atlética adulta e o quadro do Tênis de Mesa Brasileiro enquanto corpo esportivo e com o mínimo de lesões, pode-se evidenciar o trabalho muscular localizado no auxílio ao equilíbrio muscular em colaboração a pratica diária.    

Desta forma, há a necessidade do direcionamento baseado no aumento de performance atlética com trabalho de fortalecimento de abdome (superior, inferior e oblíquos); coxa, principalmente da musculatura posterior (bíceps femural, adutores, abdutores, vasto lateral e grácil); costas, (rombóides, redondo maior e menor e deltóide posterior); ombro, principalmente deltóide e alongamento de cadeira superior (trapézio, levantador da escápula, esplênio da cabeça e esternocleidomastóideo).

Por outro lado, há a necessidade do desenvolvido do trabalho de fortalecimento bilateral com compensação do hemicorpo não dominante, de forma que a postura durante a atividade esportiva no alto rendimento seja ereta e sem desníveis de cintura escapular ou pélvica.

Além de ser um procedimento para melhora muscular e principalmente postural, este procura alertar os profissionais envolvidos nesta modalidade esportiva para uma melhor adequação de seus treinamentos enfocando a performance e a qualidade de vida esportiva

 
   
 

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Página dos mesatenistas da FFLCH - USP